O ensino da oralidade, na educação básica, tem-se limitado à prática da leitura em voz alta, individual ou compartilhada ou a atividades assistemáticas que envolvem discussões de temas, sem focalização em determinado gênero oral. É um modo reducionista de tratar essa modalidade da linguagem, pois impede que o aluno perceba a noção da dimensão comunicativa da linguagem oral que, para ser estudada como modo de interação social, deve ser vista em seus elementos de situação de interlocução considerando as necessárias adaptações aos contextos sociais. Este trabalho procura descrever a abordagem da modalidade oral da língua portuguesa em propostas curriculares. A base teórica de análise de análise desses documentos apoiar-se em Marcuschi (2008; 2004); Dolz e Schneuwly (2004) e Soares (2001). O corpus de estudo é constituído pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e pela Base Nacional Comum Curricular, textos oficiais para o ensino de língua portuguesa, no Brasil, o que caracteriza a pesquisa como uma análise documental, sob enfoque qualitativo. Os procedimentos metodológicos são marcados pelas seguintes etapas: i) Revisão bibliográfica dos estudos sobre o ensino da oralidade; ii) Levantamento das orientações dos PCN sobre o eixo da oralidade; iii) Levantamento das orientações da BNCC sobre o eixo da oralidade; iv) Análise comparativa das orientações teórico-metodológicas para o ensino da linguagem oral, entre os PCN e a BNCC. As contribuições do estudo estarão voltadas para a formação inicial e continuada de professores de língua portuguesa, no tratamento da oralidade como objeto de ensino na educação básica, por meio de gêneros orais, que venham a conscientizar os alunos quanto às singularidades da prática discursiva oral e suas diferenças de usos dos recursos linguísticos e discursivos nas situações de comunicação.