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| ESTUDO DA TRADIÇÃO DISCURSIVA ‘OFÍCIO’ EM SERGIPE SETENCENTISTA E OITOCENTISTA | Autores: Juliane Tenório (UFS - Universidade Federal de Sergipe) |
Resumo: O caráter discursivo de um texto está atrelado à forma enunciativa e depende muito da cultura e do contexto em que está inserido. Por conseguinte, a produção de um texto consiste em estabelecer relações sociais e essa interação está fixada no poder que a palavra tem, em outras palavras, o discurso está pautado nas relações de poder que estão estabelecidas, nas crenças e valores que são aceitos/impostos por determinada sociedade em dada época. Partindo desse horizonte, o presente trabalho tem o objetivo de analisar as mudanças textuais/ discursivas observadas em um corpus de ofícios produzidos na esfera da administração pública colonial e provincial de Sergipe nos séculos XVIII e XIX. Para tal, toma-se como fundamentação teórica e metodológica o modelo de Tradições Discursivas de base coseriana (COSERIU, 1979; OESTERREICHER, 1997; KABATEK, 2006; LONGHIN, 2014), com o intuito de verificar os traços de mudança e de permanência na trajetória dos ofícios (forma), bem como os traços de mudança e permanência na língua (discurso). A saber, o encadeamento de um texto em um dado momento da história com outro anterior é um dos elementos definidores de uma TD, ou seja, é por meio dessa permuta e permanência que a tradição textual ou Tradição Discursiva se configura. Logo, este estudo contribui para o avanço de estudos linguístico-históricos, mas também fomenta uma reflexão acerca da sociedade sergipana dos séculos XVIII e XIX, pois, ao analisar a TD de uma dada sociedade, pode-se averiguar o poder da escrita, bem como trazemos à tona os dizeres cristalizados na memória social.
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