A forma como se processa a aprendizagem da escrita em L2 e as variáveis que condicionam o alcance de níveis altos de proficiência têm sido questão de ampla discussão na educação de surdos. Sabe-se que há processos cognitivos que devem ser acionados para que o novo sistema complexo e dinâmico emerja, no entanto, como não são conhecidos nem por professores nem por aprendizes de L2, as práticas de ensino-aprendizagem não oferecem condições para que tais processos operem com todo seu potencial. Chunking é um desses processos cujo produto de seu acionamento permite ao aprendiz a identificação de constituintes importantes relativos a sequências que se combinam para formar construções da L2. No entanto, é altamente dependente do fator frequência de uso para que possa operar sem falhas. Com base na perspectiva teórica da Linguística Cognitivo-Funcional (TOMASELLO, 1998; 2003, BYBEE, 2010 e ELLIS, 2003), desenvolvemos um estudo linguístico-descritivo que observou de que forma o processo cognitivo de chunking opera na recuperação de itens lexicais durante atividade leitora em português brasileiro (PB), aplicada a surdos universitários. Mapeamos e analisamos construções nominais selecionadas de dois textos configurados pela técnica cloze. Os resultados evidenciaram representação mental do PB em um contínuo de fraca a forte, de acordo com os níveis intra e interlexical em que o processo de chunking opera.