Esta pesquisa investiga, sob a ótica da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]; CAMPOY; ALMEIDA, 2005), os processos de palatalização progressiva das oclusivas alveolares como em palavras do tipo ‘gos[ʧ]o’, des[ʤ]e, ‘oi[ʧ]o’ e ‘doi[ʤ]o’ nas cidades de Arapiraca e Palmeira dos Índios, as duas maiores da mesorregião do Agreste Alagoano. Os dados analisados fazem parte do banco de dados do Projeto Portal (Português Alagoano) e contam com entrevistas de fala espontânea estratificadas de acordo com idade, sexo e escolaridade, com duração média de 10 minutos por falante. Para este trabalho, foram ouvidos 48 áudios e analisadas 2194 ocorrências linguísticas que permitem contrapor as variáveis externas às variáveis linguísticas contexto anterior à consoante oclusiva, contexto seguinte à oclusiva, vozeamento da oclusiva e fronteira lexical, a fim de identificar possíveis condicionantes de uso das variantes. A partir do método hipotético-dedutivo empregado, os resultados obtidos apontam para uma sutil valoração social negativa das variantes palatalizadas, uma vez que na proporção em que aumentam os anos de escolaridade dos informantes, as variantes palatalizadas progressivamente passam a ser evitadas.  Linguisticamente, o processo de palatalização se mostrou sensível à presença do traço fonético [+coronal] da vogal [i] em contexto seguinte, do desvozeamento da consoante oclusiva e da ausência de fronteira lexical.