Este texto resulta de práticas realizadas junto a dezessete alunos do Mestrado Profissional em Letras - Profletras, que atuam como professores de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, e teve como objetivo fazer com que os professores mestrandos reconhecessem o papel da oralidade nas aulas de língua portuguesa. As práticas foram desenvolvidas na disciplina “Práticas de Oralidade e Práticas Letradas do 6º Ao 9º Ano”. Na disciplina, a discussão teórica pautou-se nos estudos de Marcuschi (2008), Cruz (2012), PCN-LP (Brasil, 1998), Criscitelli e Reis (2011), Fávero, Bentes e Leite(2010) os quais evidenciam as grandes lacunas existentes no âmbito do ensino da língua oral. As leituras e discussões teóricas resultaram na produção de um ensaio que tinha como pergunta disparadora: que papel a oralidade ocupa nas suas aulas? Também foi desenvolvida atividade de rextualização a partir da leitura do texto: “Não fui eu, professora” de autoria de Lya Luft (2015). A proposta da atividade era a produção de um texto oral que trouxesse fatos ocorridos na infância ou na adolescência, em que o título do texto de Luft aparecesse, para em seguida retextualizá-lo na modalidade escrita. A análise dos ensaios produzidos evidenciam que a prática dos professores mestrandos reflete a realidade do contexto brasileiro, ou seja, é frágil o papel ocupado pela oralidade em sala de aula. Os professores relatam que o exercício da oralidade se limita a conversas informais. Alguns até narram vivências de atividades orais, mas afirmam que realizam sem planejamento e reflexividade sobre a prática desenvolvida. No que se refere ao processo de rextualização da oralidade para a escrita, os professores demonstraram muitas dificuldades, aspecto que reflete a ausência da prática no cotidiano desse profissional tanto na condição de usuário da língua, quanto na condição de professor formador.
Palavras-chave: Língua Portuguesa. Retextualização. Oralidade