Fundado em março de 2006, nas estruturas da Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa (MLP), voltado “à valorização e difusão do nosso idioma (patrimônio imaterial)”, destacou-se pela “forma expositiva diferenciada das demais instituições museológicas do país e do mundo, usando tecnologia de ponta e recursos interativos para a apresentação de seus conteúdos”, tornando-se referência internacional pela plataforma de expor e explanar os conteúdos virtuais. Dada a interrupção de suas atividades em dezembro de 2015, em decorrência de um incêndio de grandes proporções em suas instalações e de sua reconstrução imediata, elegemos como perspectiva teórica os estudos foucaultianos do discurso, alinhavados às contribuições interdisciplinares necessárias que delimitam os modos de entrada na materialidade significante da língua inscrita na trama complexa do museu que se desvela no espaço virtual. Nesta direção, o objetivo proposto é o de compreender os efeitos do pacto de segurança como uma tecnologia de poder biopolítico mobilizada na/para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, instituição idealizada como um espaço integrador de experiências de uso e reflexão sobre a língua. Para tanto, recorremos às interfaces de navegação da homepage do Museu da Língua Portuguesa (MLP), cujas análises sinalizam que, ao incidir na reconstrução da estrutura do museu, o dispositivo do pacto de segurança determina condutas modelares de sujeito, na relação entre visitante e homepage, instituindo modos de subjetivação. Assim, implementa suas ações na garantia de uma forma de governo sobre a população que tem na unidade da língua a manutenção de uma identidade nacional e a (re)construção da memória do patrimônio imaterial do idioma.