A formação poética: Ensino e leitura de poesia infantojuvenil | Autores: Antonio Cezar Nascimento de Brito (FAPRO - Faculdade Projeção) |
Resumo: Pretendemos, neste trabalho, refletir sobre a formação do professor de literatura infantojuvenil e o trabalho com a poesia, propondo estratégias para desenvolver em crianças o interesse pela leitura de poesia. A criança é poética por natureza, como lembra Glória Kirinus, e o estado de poesia que a infância lhe proporciona abre possibilidades de devaneio e de diálogo com a linguagem que ressignificam o seu modo de ver e de entender o mundo. No entanto, ao entrar na escola, a capacidade poética é deixada de lado, tendo em vista que, no ambiente escolar, o jogo, a brincadeira, o ritmo, matérias-primas da poesia, são vistos muitas vezes como algo inútil à formação escolar. A leitura de poesia assume, então, um caráter utilitarista, muitas vezes ancorado na análise do texto literário e em técnicas formais e estruturais da poesia, afastando a poeticidade inata na criança. Por ser transdisciplinar, a poesia se aproxima de outras artes, auxiliando o leitor a estabelecer relações que mudam a sua percepção sobre o mundo, tendo em vista que a natureza humana também é transdisciplinar, como lembra Kirinus. Além disso, a percepção estética que a criança tem da palavra, desde os primeiros dias de vida, seja por meio das canções de ninar e posteriormente das cantigas de roda e das brincadeiras de rima, coaduna com uma sensibilidade que é própria do ser infantil e colabora para desenvolver uma gramática poética que molda o seu modo de se colocar no mundo. Como estratégia metodológica, serão relatados resultados de oficinas sobre ensino de poesia realizadas com professores e com alunos de ensino fundamental de maneira a demonstrar que a poesia pode ser lida e produzida em situações de ensino a partir do momento em que se perceba que ela faz parte do cotidiano de todas as pessoas, em especial da criança.
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