A Filologia Textual busca estudar a língua a partir dos textos, compreendendo-os como testemunhos e possibilidades de uso da língua (TELLES, 2016). Dentro dessa perspectiva, a presente pesquisa, volta-se ao registro das práticas da assistência ao paciente, tendo por objeto de estudo 50 prontuários clínicos que integram o arquivo de um hospital de Salvador no período de 1 a 30 de abril de 2015, proposta previamente aprovada por um Comitê de Ética (55765716.2.0000.0046). O prontuário é um dossiê que reúne documentos produzidos, ou recebidos, pela unidade hospitalar, onde se registram as atividades desenvolvidas pelos profissionais de saúde relativas à assistência ao paciente, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e residentes.  Por meio dessa documentação, investigam-se as abreviaturas , com o objetivo de propor uma padronização. Assim, o filólogo, ao desenvolver estudos com uma tradição textual, articula-se a diversas outras ciências, a citar a Paleografia (ACIOLI, 1994; HIGOUNET, 2003), Linguística (KRIGER, 2001) e Diplomática (DURANTI, 2015), oferecendo a especialistas e demais interessados uma leitura mais assertiva sobre as informações que se conservam na tessitura do documento que propõe estudar, situando-o ao contexto histórico, espacial e social (PAIXÃO DE SOUZA, 2006). Destarte, desenvolveram-se estudos de caráter terminológico averiguando questões relativas à parassinonímia/homônimos, hiperônimos/hipônimos e expressões, bem como aspectos paleográficos na classificação das abreviaturas encontradas, recorrendo-se às Humanidades Digitais, mais especificamente, à Visualização de Dados (VD). Nesse sentido,  propõe-se a elaboração de um glossário a fim de possibilitar o acesso de especialistas e demais interessados aos resultados da pesquisa, os quais possibilitam um uso mais adequado da língua.