Apresentaremos e discutiremos as dificuldades metodológicas encontradas no estudo toponímico dos nomes de escolas públicas na cidade de Mariana (MG), mais precisamente no estudo do nome de 11 escolas que são axiotopônimos de base clerical. Em sua dissertação de mestrado, Gomes Neta (2016) identificou que, das 33 escolas públicas da cidade de Mariana, 11 receberam nomes de homens religiosos que fizeram parte da Igreja Católica na cidade, o que se explica pelo fato de a cidade ter tido papel de destaque em Minas Gerais, tanto no que diz respeito ao poder da Igreja no estado quanto no que diz respeito à história da educação mineira. A partir dessa dissertação, que tratou dos nomes das escolas marianenses em caráter panorâmico a partir de uma abordagem dos estudos toponímicos, foi montado um projeto de pesquisa voltado especialmente para as 11 escolas com nomes clericais. O objetivo inicial da nossa pesquisa era investigar as motivações históricas que se encontram por trás do nome de cada escola tomada individualmente, a fim de aprofundarmos o estudo toponímico e de, assim, contribuir também com o estudo da história da educação no município. Entretanto, a pesquisa de campo feita diretamente nas escolas, seja por meio de busca em arquivos seja por meio de entrevistas com a comunidade escolar e com pessoas que pudessem contribuir nessa busca, revelou-se muito difícil: encontramos empecilhos na busca a arquivos documentais das escolas e no acesso a pessoas que poderiam contribuir com informações relevantes sobre a escolha do nome de cada escola. Além disso, a biografia desses homens clericais também ainda é carente de estudos mais aprofundados. Aqui comentaremos essas dificuldades e as formas que encontramos para contorná-las.