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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A ALTERNÂNCIA NÓS/A GENTE NA FUNÇÃO DE COMPLEMENTO E ADJUNTO ENTRE INFORMANTES DE NOVA IGUAÇU

Autores:
Juliana Barbosa de Segadas Vianna (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo:

O fenômeno de variação entre nós e a gente tem sido objeto de inúmeros estudos que focalizam o português brasileiro (VIANNA, 2011; VIANNA; LOPES, 2015), nos últimos 40 anos. De maneira geral, os estudos classificam o fenômeno como uma mudança em curso no PB, na qual a forma inovadora a gente, gradativamente, vai assumindo novas funções semântico-discursivas e ocupando os espaços da forma mais antiga, o pronome primitivo nós. Todavia, a maioria dos trabalhos sobre o tema focaliza a competição entre as formas exclusivamente na função de sujeito. Inserido nesta lacuna do conhecimento linguístico, o presente trabalho de pesquisa tem como objetivo investigar a variação na 1ª pessoa do plural nas funções sintáticas menos produtivas, ou seja, como complemento e adjunto de verbo, podendo ser: (i) acusativo; (ii) dativo; (iii) oblíquo complemento; e (iv) oblíquo adjunto de verbo. Além das funções observadas no sintagma oracional, também foi controlada a variação das formas de nós e a gente no interior do sintagma nominal, como (v) oblíquo complemento e (vi) oblíquo adjunto de nome. Entre as questões que se buscam responder, destacam-se as seguintes: (1) Qual a produtividade do uso das formas nas funções sintáticas diferentes de sujeito? (2) Há alguma função sintática que “bloqueie” (ou desfavoreça) a entrada de a gente? Foram utilizadas 18 entrevistas orais coletadas no município de Nova Iguaçu. Os dados levantados foram codificados de acordo com fatores linguísticos testados em pesquisas anteriores e os fatores sociais que estratificam a amostra, a saber: sexo, faixa etária e escolaridade. Para o controle do percentual das ocorrências, utilizou-se o programa computacional de regras variáveis, denominado Goldvarb X. Nossos resultados apontam que a maior porta de entrada para o pronome inovador acontece nas relações gramaticais de subordinação ao verbo, sendo “bloqueada” sua utilização no interior do sintagma nominal.