O GÊNERO EXPOSIÇÃO ORAL DE PONTO DE VISTA: UMA ANÁLISE RETÓRICO-TEXTUAL | Autores: Ricardo Jorge de Sousa Cavalcanti (IFAL - INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS) |
Resumo: Esta discussão advém de uma pesquisa mais ampla que contou com processos de retextualização, na transposição de gêneros da modalidade oral à escrita – da Exposição Oral de ponto de vista ao Artigo de Opinião (CAVALCANTI, 2016). Para tal feita, realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa, caracterizada como linguístico-interpretativista, com o objetivo de analisar os processos de retextualização elaborados por dois grupos de colaboradores, recém-ingressos à Rede Pública Federal de Ensino de Alagoas, no nível médio profissionalizante, considerando gêneros opinativos. Realizado o estado da arte acerca dos gêneros com os quais elegemos trabalhar, sobretudo os que circulam na modalidade oral, percebemos que a Exposição Oral é definida como um gênero que se formula, em grande parte, no evento comunicativo Seminário, conforme apontam Dolz e Schneuwly (2004). No entanto, em acordo com os princípios retóricos adotados ao empreendimento de nosso estudo, a exemplo de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Reboul (2004), dentre outros; além daqueles que tratam da argumentação na vertente linguística, como Ducrot (1987) e Koch (1987), sentimos a necessidade de, à luz de abordagens sobre gêneros textuais, tais como Marcuschi (2002; 2008; 2012), Fávero (1991; 2007), Koch (2007; 2009; 2014), cunharmos o gênero Exposição Oral de ponto de vista como pertencente, e necessário, às mais diversas práticas linguageiras – das cotidianas às escolares/acadêmicas –, sendo, portanto, passível de estudos de âmbito linguístico-conversacionais. Nesse sentido, enveredamos por uma definição acerca desse gênero, aliando as discussões sobre oralidade e escrita, por meio de processos de retextualização. Em nossas análises, identificarmos, como bem assevera Marcuschi (2001), a supremacia ainda exercida da escrita perante a oralidade, enaltecendo uma visão dicotômica, que, com efeito, representa uma espécie de violência simbólica em contextos de ensino de Língua Portuguesa – na educação básica e no ensino superior (BOURDIEU e PASSERON, 2011).
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