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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O corpo e a vida administrada em contos de Mario Bellatin: relações entre literatura e biopolítica.

Autores:
Ivana Teixeira Figueiredo Gund (UNEB - Universidade do Estado da Bahia )

Resumo:

O texto O corpo e a vida administrada em contos de Mario Bellatin: relações entre literatura e biopolítica tem como objetivo discutir as relações políticas sofridas pelo corpo físico e social apresentado como disforme ou diferente, compreendendo-o como analogia de um corpo coletivo. Esse corpo que foge aos padrões estabelecidos se constitui como lugar de re(existência) e sua relação com o que lhe é externo será território de reflexão sobre conceitos éticos, médicos e políticos. A vida administrada por regimes de governabilidade tem sua gestão controlada, disciplinada e regulada. Nesse sentido, a eliminação ou a sobrevivência dos corpos passará por critérios de uma política de controle, que legisla sobre a conceituação de sujeito e nação, mantendo o exercício do direito de deixar viver ou decretar a morte. Essa condição dos corpos evidenciará a transformação da vida biopolítica em vida nua, conceitos respectivamente estudados por meio do pensamento de Foucault (1975; 1976) e Agamben (2010). Para a análise dessa analogia, tem-se como objeto de estudo os corpos disformes, adoentados, adornados, mutilados ou maquiados, presentes em contos do escritor mexicano Mario Bellatin, especialmente, nos livros Salón de Belleza (2005), Flores (2009) e Os fantasmas do massagista (2010). O trabalho apresenta como fundamentação teórica os estudos de Giorgio Agamben (2010), Georges Didi-Huberman (2011), Roberto Esposito (2010), Michel Foucault (1975; 1976).