Resumo:

As relações estabelecidas por meio virtual têm se estreitado à medida que os aparatos tecnológicos são os mediadores dessa relação.  Além disso, a contribuição do mascaramento dos sujeitos pela virtualidade na interação, ou seja, a ausência da presença física permite que a opinião a respeito de temáticas controversas seja frequentemente manifestada. O debate é, portanto, o ponto de interseção dos indivíduos que se encontram no cyberespaço, já que esses sujeitos assumem nesse espaço lugar de fala e manifestação enunciativa que antes não possuíam. Ao mesmo tempo, as interações discursivas adotam caraterísticas estruturais únicas, repletas de emoção, mesmo que, para isso, essas construções linguístico-discursivas assumam novas regras de expressividade. É esse o caso das asserções enfáticas de expressividade emotiva que, além de serem parte da estratégia de desqualificação do alvo a ser atingido, fazem parte dos elementos que compõem a chamada opinião pública. Esta, por sua vez, orienta e faz manutenção de práticas enraizadas e solidificadas no seio social. Desse modo, o trabalho que se apresenta tem por um de seus objetivos a identificação e análise dos discursos manifestados em redes sociais para desqualificar ou oprimir determinado indivíduo a partir de notícias veiculadas em páginas jornalísticas promovidas nas redes, observando os lugares sociais estabelecidos no campo social para um indivíduo. Para tanto, pretende-se explicitar as construções discursivas que instituem a chamada modalização enfática de asserção, caracterizada e assim definida por Dominique Maingueneau. Tais manifestações materializadas linguisticamente vêm sendo observadas há um ano e têm se demonstrado campo fértil a essas discussões.