Na escola os jovens são incentivados a desenvolver plenamente as habilidades de escrita e leitura, estas entendidas como prática de interação social (SOARES, 2004). Além disso, em ambientes favoráveis, o incentivo à leitura em espaços fora da escola pode contribuir não apenas para uma melhoria nas já citadas habilidades, como também promove uma aceitação maior e identificação de si nas identidades das personagens jovens, que têm se mostrado cada vez mais fragmentadas (HALL, 2006), sobretudo quando em relação a questões ligadas às minorias. Esse processo só é facilitado através da recepção da obra (JAUSS, 1979), considerando o jovem leitor como um sujeito dinâmico e não passivo a ela. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo identificar as relações estabelecidas entre a significação das obras nacionais Quinze Dias, do escritor Vitor Martins, e Céu Sem Estrelas, da escritora Iris Figueiredo, e o prazer e desenvolvimento do hábito da leitura que, associadas à vivência do leitor impactam na maneira como este transfere seus sentimentos e experiências para o mundo da leitura. Para o desenvolvimento da análise foi utilizado questionário/entrevista com jovens que mantém um perfil ativo na rede social Skoob, voltada para o público leitor. As entrevistas realizadas evidenciaram o efeito do horizonte de expectativas (JAUSS, 1979) na recepção das obras e identificação dos jovens com as identidades das personagens dos dois livros correlacionadas com as suas próprias identidades.