Quem dá mais? - Honoré de Balzac nos anúncios de leilão do Diário do Rio de Janeiro (século XIX) | Autores: Lilian Tigre Lima (UNESP - Uiversidade Estadual Paulista) |
Resumo: Em trabalho sobre os anúncios de leilões de livros realizados no Rio de Janeiro entre 1848 e 1868, Márcia Abreu e William Tognolo (2011, p. 200) destacam que, embora pouco estudada por pesquisadores brasileiros, essa forma de comercialização de materiais impressos foi relativamente comum no século XIX e seu conhecimento permite um olhar mais diversificado para os modos de circulação e recepção da literatura no período. Décimo segundo escritor mais citado nos anúncios, Honoré de Balzac teria tido suas obras comercializadas em sete dos 647 leilões realizados na capital imperial, durante o período estudado, conforme os anúncios divulgados pelo Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (ABREU; TOGNOLO, 2015, p. 206). Ampliando a análise para o Diário do Rio de Janeiro, observamos que o escritor francês teve seus títulos ofertados ainda em outros seis leilões realizados no Rio de Janeiro, entre os anos 1840 e 1851. Encontrados a partir do acervo da Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, os leilões de obras literárias divulgados pelo Diário do Rio de Janeiro geralmente informavam o estado de conservação do livro, o tipo de encadernação recebida, a fama dos autores e, em alguns casos, dados do proprietário. A partir daí, o objetivo desta comunicação é discutir o modo como se dava a negociação dos livros por meio dos leilões, chamando a atenção, em outros aspectos, para os recursos publicitários utilizados pelos pregoeiros, bem como para as características materiais das obras colocadas em leilão.
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