A renovação do léxico de uma língua faz parte da sua natureza e a cada dia que passa somos confrontados com novas palavras, resultantes da aplicação de vários processos de formação de palavras, respondendo frequentemente a uma realidade concreta de comunicação.
Dos vários processos de formação de novas palavras em português, aquele a que se pretende dar destaque, neste trabalho, é o da derivação prefixal, processo este que, como é sabido, consiste na junção de um afixo à esquerda da base, dando origem a uma nova palavra prefixada.
Assim, o objetivo deste trabalho é a descrição e análise de alguns derivados prefixados com anti-, no português, com maior destaque para o português de Angola, quanto às propriedades morfológicas, sintáticas e semânticas. Como se sabe, este prefixo junta-se, quer a bases adjectivais, quer a bases nominais, conferindo-lhes o valor de oposição, podendo os derivados ser parafraseados como “contra X”. Na impossibilidade de discutir todos os casos, serão analisados alguns derivados nominais, nomeadamente antropónimos e topónimos, resultantes da junção do prefixo em estudo, o qual tem dado origem a várias unidades neológicas no português, nomeadamente anti- MPLA, anti-dos Santos, anti- Trump, anti-Estado Islâmico, etc., tendo estes derivados o valor de ‘protesto’, o de ‘crítica social’, reafirmando, assim, a forte rentabilidade de anti-.
Para este trabalho, as unidades neológicas analisadas serão extraídas de vários corpora, nomeadamente jornais, portais, canais de notícias, contemplando igualmente registos orais.
Com este breve estudo, espero, assim, contribuir para uma melhor caracterização do prefixo anti-, dando relevância à sua capacidade de formação de muitas novas palavras do português, contribuindo assim para o alargamento do léxico.