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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A negação do português brasileiro: um estudo sobre palavras e operadores negativos

Autores:
Larissa do Nascimento Sousa (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Julia Lima Costa (UFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo:

O presente trabalho tem por objetivo investigar o processo de concordância negativa no português brasileiro, visando identificar mudanças nas estruturas negativas, principalmente, as referentes aos marcadores nada, ninguém e nenhum, tencionando uma análise sincrônica e diacrônica de dados para descrever as posições desses marcadores negativos em uma sentença e as suas respectivas funções sintáticas, por meio da coleta e análise de dados em meios eletrônicos modernos e também peças teatrais de séculos passados. O objetivo da pesquisa é verificar a natureza da mudança na forma de realização da negação sentencial e relacioná-la a outros fenômenos importantes na descrição da língua. No tocante a concordância negativa, vale salientar que é um fenômeno no qual os idiomas podem ser classificados em duas categorias: as de dupla negação e as de concordância negativa. Através da análise dos dados das redes sociais, foi possível observar que o marcador ‘nada’ apresenta diferentes funções e aparece em diferentes posições na sentença, mas atualmente, ocorre majoritariamente em posição pós-verbal. Enquanto que através da análise dos dados de peças de teatro, verificou-se que a mudança mais importante no que diz respeito à negação sentencial na língua, a saber a distinção estrutural entre negação semântica de eventos versus negação semântica de proposição, parece estar relacionada à reanálise de uma estrutura que apresentava leitura de negação metalinguística como negação semântica. Os dados foram organizados de acordo com a função exercida, a posição sintática, os tipos de verbo, oração e informação. Ficou atestado que a principal inovação nas estruturas negativas do português brasileiro está na possibilidade de haver duas estruturas distintas para exprimir negação semântica (Neg1 e Neg2). Assim, através da análise dos primeiros registros de Neg2 no português brasileiro visando verificar se essa estrutura teria se originado de Neg1, concluiu-se que se Neg1 e Neg2 tivessem uma origem em comum. 


Agência de fomento:
UFBA