A análise argumentativa, nas produções textuais das crianças, aparece como uma importante possibilidade para que se possa compreender o surgimento da argumentação escrita. Essa proposta gira em torno do reconhecimento dos modificadores na argumentação escrita infantil e objetiva investigar sua utilização durante o processo de aquisição da linguagem escrita, estabelecida na busca de responder a questionamentos como: Os textos infantis escritos apresentam evidências que podem caracterizá-los como argumentativos? Na produção da argumentação escrita por alfabetizandos, há a presença de modificadores argumentativos? Como são utilizados os modificadores na argumentação escrita das crianças em processo de aquisição dessa modalidade de linguagem? Nesta perspectiva, serão analisados 12 textos produzidos por crianças dos seis aos oito anos de idade, fase que corresponde ao primeiro Ciclo da Educação Básica, que pertencem às três primeiras séries do ensino fundamental. Entendemos como modificadores argumentativos os topos utilizados como atribuidores graduais de uma nova possibilidade significativa à argumentação, a partir de estudos linguísticos semânticos apoiados na Teoria da Argumentação na Língua, do francês Oswald Ducrot (1987,1989, 1997). O corpus da pesquisa será constituído por doze textos do tipo argumentativo, produzidos por alunos de uma escola pública do município de Cortês, na Mata Sul de Pernambuco. A análise seguirá procedimentos qualitativos. Em um primeiro momento buscará identificar os modificadores argumentativos utilizados nos textos infantis, em seguida, será analisada a semântica marcada pelas escolhas enunciativas das crianças, de modo a corroborar com o axioma ducrotiano de que “a argumentação está na língua”.