Filiada a uma concepção discursiva e materialista de linguagem, propomos um estudo sobre as Políticas Linguísticas na região Centro-Oeste que se mostram como um lugar de ancoragem para discutir a constituição do saber sobre/a língua. O objetivo deste trabalho é analisar, pelo viés teórico e metodológico das Histórias das Ideias Linguísticas articulado a Análise de Discurso fundada por Michel Pêcheux, as Políticas Públicas de ensino de Língua no Brasil, em especial, a Base Nacional Comum Curricular do Estado de Mato Grosso, documento que irá orientar o Ensino Fundamental nas escolas públicas. Ao criar novas leis e novas políticas curriculares o Estado de Mato Grosso “determina o que pode e deve ser dito” (PÊCHEUX, [1975], 2009, p.147) nas escolas. Compreendemos isso, como uma formação discursiva, como uma formação ideológica dada, a partir de uma posição e uma conjuntura política pelo consenso administrativo do estado. Uma inquietação que sempre ressurge, como apagar o histórico já pré-construído sobre a “colonização linguística” do país. Como a BNCC textualiza o discurso sobre a equidade na educação? Como a determinação histórica das ideias e dos sentidos interfere na prática de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa? Desse lugar teórico, um gesto de interpretação sobre a descolonização do currículo (Orlandi, 2009), apenas mais um “olhar às avessas” (Pêcheux ([1975] 2009) sobre os discursos que constituem a Educação Básica e o ensino da Língua Portuguesa na região Centro-Oeste.