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| No entremeio da paráfrase e polissemia: as (des)autorizações sustentadas na/pela formação continuada da rede estadual paulista. | Autores: Maria Julia Camargo Bocchio (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) |
Resumo: A formação continuada de professores tem um percurso recente na história e na memória, porém os sentidos sobre si nunca foram os mesmos, eles deslizaram e deslizam pelos fios dos contextos sócio históricos ideológicos. A partir disso, destaca-se a importância de investigar como se desenvolve a formação continuada do sujeito professor, uma vez que, estamos imersos e inseridos em uma sociedade neoliberal, a qual reverbera discursos mercadológicos que carregam na profissão sua descaracterização e a interdição dos sujeitos professores ao sustentar uma imagem de “aplicadores”. Nesse sentido, nos propomos a investigar o mosaico da formação continuada de língua portuguesa de sujeitos professores do Ensino Fundamental I da rede estadual paulista, onde, nos colocamos a questionar se esta encontra-se articulada para resolver questões estritamente metodológicas, voltadas ao cristalizado e à paráfrase, ou, se se propõe um exercício de autoria, permitindo que o sujeito professor assuma a polissemia de seu fazer concebendo- o enquanto profissional capaz de desenvolver uma prática reflexiva, constituído de identidade e alicerçado em uma cultura profissional. Assim, fundamentamo-nos na Análise de Discurso de Matriz Francesa Pechêuxtiana (AD) a fim de desvelar, por meio de análises discursivas, como os sujeitos escolares (professores e coordenadores) sustentam o discurso da formação continuada, e o próprio imaginário docente, bem como, das contribuições das ciências da educação. Os resultados dessa investigação, marcam a formação continuada enquanto mecanismo de imposições e desautorizações, propagando a ideologia neoliberal e, por conseguinte, o discurso da paráfrase. Além disso, verifica-se a sustentação de um imaginário docente enfraquecido e destituído de profissionalidade. Desse modo, assinala-se os atravessamentos dos sujeitos professores e coordenadores por ideais e concepções reificadoras, descaracterizando a sua relação de profissionalidade com o próprio fazer.
Agência de fomento: FAPESP |
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