A VARIAÇÃO NA CONCORDÂNCIA NOMINAL DE GÊNERO NO FALAR DO QUILOMBO CAMPINA DE PEDRA NO MUNICÍPIO DE POCONÉ-MT | Autores: Jocineide Macedo Karim (UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO) |
Resumo: Esta pesquisa concentra-se na área da Sociolinguística Variacionista e tem por objetivo investigar a variação na concordância nominal de gênero no falar da comunidade quilombola Campina de Pedra, localizada na área rural da cidade de Poconé em Mato Grosso. Além da descrição linguística, pretende-se ainda fornecer informações que tornem possível o conhecimento da história, do modo de vida da comunidade e, ainda, compreender o comportamento social dos afrodescendentes em relação à variedade local, verificando suas avaliações e crenças a respeito de sua própria língua e de sua cultura. Na análise utilizamos um corpus composto por entrevistas guiadas por meio de um roteiro de perguntas e narrativas das experiências vividas pelos informantes. Os critérios para a seleção do informante da pesquisa são: a) pertencer a uma das duas faixas-etárias: a primeira de 18 anos a 48 anos e, a segunda, acima de 55 anos; b) ser nativo da cidade de Poconé; c) pertencer à comunidade quilombola Campina de Pedra. Nos resultados da coleta de dados constatamos o uso do masculino em vez do feminino na concordância nominal, como nos exemplos: (1) Ermã meu chamava Brigida...o marido dele tchamava Djuliano; (2) Esse Nossa Senhora aqui tinha uma dona que morava ali dgente estranho. Os resultados da variação na concordância de gênero foram rodados no Programa GoldVarb X e são discutidos por meio de tabelas e gráficos. No conjunto da amostra analisada, foram depreendidas 162 ocorrências entre a variável presença e ausência de concordância nominal de gênero no sintagma nominal e verbal em palavras femininas. Desse modo, é possível uma primeira caracterização dos contextos em que ocorre a variação na concordância de gênero no falar da comunidade quilombola Campina de Pedra.
Agência de fomento: CAPES |
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