Este trabalho de iniciação científica tem como objetivo analisar a relação entre gramática e conceitualização, partindo do fato empírico relacionado ao uso de verbos de movimento (ex. ir, voltar, entrar) e de modo de movimento (ex. pular, rolar) em contextos de self-movement, em particular aqueles que se referem a atividades realizadas no ciberespaço (ex. voltar/ pular para a página web da UnB) ou fora do ciberespaço mas em contextos distintos do espaço físico tradicional (ex. entrar na história, pular para a página 10 do livro). A análise busca identificar propriedades aspectuais associadas ao conceito de path (tais como duratividade), que expliquem o comportamento peculiar das construções de self-movement em contraste com as construções relativas a movimento no espaço físico, como já demonstrado em Huelva & Naves (2017) com respeito à possibilidade de modificação da trajetória, por exemplo, em: Volta correndo, agachado, de sopetão à casa da sua mãe versus *Volta correndo, agachado, de sopetão à página de início. A abordagem da relação entre gramática e conceptualização pretende articular duas vertentes teóricas – a corrente fenomenológico-cognitivista (cf. Johnson 1989; Langacker 2008; Depraz, Varela e Vermersch 2011; Gallagher 2012) e a corrente gerativista em sua versão mais recente, o Programa Minimalista (cf. Chomsky 1995, 2004; Levin 1993, 2000, 2013) –, uma vez que consideradas compatíveis na medida em que os sistemas cognitivos proveem as propriedades conceituais relevantes para a produção/compreensão das sentenças produzidas pelo sistema computacional.