Este trabalho é um recorte de nossa dissertação de Mestrado em linguística e tem como objetivo analisar como se dá o processo de identificação do sujeito professor na seleção do livro didático de Língua Portuguesa. Quanto ao processo de identificação do sujeito, apresentamos três modalidades: 1ª a superposição que revela uma identificação plena do sujeito do discurso com a forma-sujeito da FD que o afeta, o discurso do bom sujeito. 2ª caracteriza o mau sujeito, pois o discurso do sujeito da enunciação se volta contra o sujeito universal por meio de uma tomada de posição. O sujeito se contra-identifica com a formação discursiva que lhe é imposta. 3 ª o sujeito ao desidentificar-se de uma formação discursiva, desloca sua identificação para outra formação discursiva, o mau sujeito. Queremos compreender nos discursos dos sujeitos professores de Língua Portuguesa o modo como se identificam ou não com as coleções de Livros Didáticos que representam a voz do Estado. O lócus da pesquisa é a Escola Estadual 13 de Maio, localizada em Porto Esperidião-MT, município que faz fronteira com a Bolívia. A pesquisa se insere no campo da História das Ideias Linguísticas articulada à teoria da Análise do Discurso de linha francesa. O corpus, significado como objeto simbólico e histórico-ideológico, constitui-se por meio de entrevista através de questionário direcionado aos professores de Língua Portuguesa. Observamos as contradições e as relações de forças pelo funcionamento da ideologia, inscritas numa formação discursiva que dá sustentação de evidência, de transparência de um dizer. O movimento entre o mercado editorial, a ciência e o Estado, lugares que funcionam como redes de sentidos imaginários, projetados para os professores na efetivação da seleção do livro didático, assumem um jogo, que pode produzir efeitos de verdade, de política pública eficiente.