Imprimir Resumo


Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Tradição africana: interfaces entre Bernardo Guimarães e Mia Couto.

Autores:
Meila Oliveira Souza Lima (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana)

Resumo:

América e África historicamente, devido à escravização, possuem incontáveis características em comum. O Brasil, ao receber povos da Angola, Congo, Moçambique e outras regiões, se envereda em uma cultura diversa e rica, agregando-a a outras que por aqui circulavam, como a indígena e portuguesa. Essa mescla nos tornou o que somos hoje. Não obstante, o discurso proferido pela hegemonia enaltece a supremacia de apenas uma: a europeia. Contudo, em nossa prática diária, percebe-se que não é ela a mais presente. Partindo de um contexto de século XIX, com o autor Bernardo Guimarães (brasileiro), e chegando ao século XX/XXI com Mia Couto (moçambicano), atenta-se para o fato de ambos os escritores trazerem em suas narrativas as tradições africanas. O primeiro, já marcado pelo hibridismo que pairava no Brasil monárquico, e o segundo em busca das histórias de seu povo. Com este trabalho busca-se a analise de como os textos escolhidos apontam as tradições em comuns em dois continentes diversos, porém tão interligados. De Bernardo Guimarães tomaremos como base o poema narrativo “A orgia dos duendes”, publicado em 1865, e de Mia Couto o romance “Sombras da Água”, de 2016. Percebe-se entre elas afinidades entre as danças, formas de culto e linguajar comuns aos dois continentes, mas expressos em épocas diferentes. A fim de entrelaçar as ideias dos autores, o aporte teórico, visto que a pesquisa tem cunho bibliográfico, dá-se por meio das obras de Rui Póvoas, Adeítalo Manoel Pinho, Roger Bastide, Arthur Ramos, Muniz Sodré, Antonio Candido, dentre outros necessários ao presente estudo.