O dilema de como fixar a forma escrita das palavras de uma língua não é algo novo, recente. É uma discussão bem antiga, vem desde a Grécia e Roma. Benveniste e Chervel (1976 apud FERREIRO, 2017) esclarecem que a tendência histórica em criar ortografias foi manter um casamento entre ideal o fonográfico e o princípio ideográfico. De modo geral, os estudiosos têm analisado os erros ortográficos, tomando as seguintes linhas de investigação: uma que analisa os erros relacionados às dificuldades advindas da organização do próprio sistema ortográfico, observando os processos e as estratégias adotadas pelos aprendizes durante o período em que estão adquirindo a escrita, os chamados erros contextuais e arbitrários (MORAIS, 1995, 2009); outra, que interpreta os erros com base na relação existente entre a fala e a escrita inicial, os erros motivados foneticamente (MOLLICA, 2000). Nessa ótica, buscamos, com o trabalho, demonstrar as dificuldades ortográficas apresentadas por alunos do 6º ano do ensino fundamental, para suscitar uma reflexão sobre o ensino de ortografia. O estudo se alicerça na literatura referente ao ensino de ortografia e produção textual. O estudo é de natureza qualitativa, visto que procura compreender e interpretar as motivações e o tipo de erro ortográfico presente nas produções textuais, apoiando-se na coleta de dados realizada nos textos produzidos pelos alunos. A maioria das pesquisas tem apontado que os alunos apresentam dificuldades em relação às regularidades e irregularidades impostas pelo padrão ortográfico. Dessa forma, destacamos a importância de um ensino sistemático e reflexivo da ortografia para que favoreça um aprendizado eficaz, tentando sanar essas dificuldades, com vistas a que o aluno tenha mais chance de se apropriar do sistema ortográfico. Para embasamento da pesquisa, adotaremos autores que discutem as questões atinentes ao tema, dentre os quais: Morais (1995, 2009), Cagliari (2009), Lemle (1995), Kato (1995) dentre outros.