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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Joăo Cabral e Manuel Bandeira pela poética do vazio

Autores:
Márcio Araújo de Melo (UFT - Universidade Federal do Tocantins)

Resumo:

A importância deste trabalho se relaciona com a necessidade de compreender a natureza, funções e implicações teóricas da poesia, relacionadas com seus fundamentos conceituais e formais. Da presença do vazio ou da ausência no poema não só se ocuparam teóricos e filósofos da estética, mas muitos poetas, tratando sob óticas diversas tal questão. Esta diversidade mesma fala pelo caráter quase informulável deste problema, por se limitar com o indizível, com o que ultrapassa o mensurável e o qualificável, alimentando a necessidade de cada autor reinventar seu modo de abordá-la. A expressão “espaço literário”, de Maurice Blanchot (2011), que compõe o nome de uma obra sua, tem um significado decisivo em sua teoria e também relativamente a esse problema por nós abordado. Ela inclui não apenas a produção e a existência material da obra, mas prioriza seus fundamentos intangíveis e inalienáveis, sem os quais, para ele, não poderia existir. A esses fundamentos, ele associa outros nomes de valor quase mágico, encantatório, como “origem”, “potência solitária”, “experiência da origem”, “exigência imperiosa”, “ponto central”, “solidão essencial”, “lugar vazio” e “fora do tempo”, “exigência sem conteúdo”, “afirmação do impessoal”, “ignorância” que é preciso buscar, “verdade” sem verdade. Sob ótica do vazio, trataremos de dois poetas brasileiros: João Cabral de Melo Neto e Manutel Bandeira. O vazio, como dimensão centra da projeção semântica do poema, está presente em várias produções desses autores; vamos nos ocupar de alguns poemas que, abordando a criação e sendo uma incorporação teórica de conceitos poéticos, abrangem, virutalmente, aspectos e extensões importantes em suas obras.