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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Ciberviolência: referenciação e interpelação nos comentários políticos nas redes sociais

Autores:
Isabel Seara (UAB - Universidade Aberta)

Resumo:

Na contemporaneidade, segundo  Turkle (1995), Herring (1996), Crystal (2008) e Paveau (2015), além da onipresença crescente dos comentários nas redes sociais, estes são considerados como um espaço de agressividade e violência verbal com consequências negativas na difusão, na recepção da informação e na construção interativa da comunicação.

Pretendemos refletir sobre o género comentário digital,  problematizando a noção de ciberviolência discursiva  (Paveau, 2015), nomeadamente,  perceber quais as formas de referenciação e de interpelação, dado que estas encerram  como sublinha Rosier 2007,  para além do valor deíctico, um valor interacional e um valor relacional, refletindo a proximidade ou a distância com o referente ou o interlocutor.  As designações do outro, epítetos, apóstrofes e apelativos, dada a elevada interatividade das redes sociais, a ilusão de sincronia e a situação in absentia física são marcas de negociação que evoluem, de uma forma crescente,  para marcas de conflito, fomentando estádios de violência verbal  (desde a potencial à embrionária até inclusivamente a violência cristalizada (Auger, Fracchiola, Moise e Schutz-Romain 2010), que se consubstanciam no insulto e nos ataques ad hominem.

Subscrevendo a definição de Auger e Moise (2005) sobre violência verbal “une montée en tension contextualisée qui se decline à travers différentes étapes (incompréhension, négociation, évitement, renchérissement, renforcement...), marquée par “des déclencheurs de conflits" et par l’emploi d’une importante variété d’actes de langage (harcèlement, mépris, déni, insulte”, ensaiaremos recensear as formas de referenciação e de interpelação, os atos de discurso e as estratégias discursivas presentes em comentários nas redes sociais, sobretudo aqueles que evidenciam o poder e a ideologia dos que se desejam afirmar como dominantes e  em que se assiste a uma banalização crescente da violência verbal. (Jobert, 2010; Bellachhaab, 2012).

 

 

 

 

 

 

 


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