O trabalho a ser exposto, na forma de painel, focaliza o funcionamento de construções de predicação preenchidas com os verbos suportes DAR e FAZER. Tais verbos funcionam como operadores de verbalização de elementos não-verbais em padrões construcionais do tipo [DAR/FAZER + N(deverbal)-____afixo_{(a/i)da, -(a/i)dinh(a/o), -(z)inh(a/o)}], tais como: dar uma repaginada, dar uma lida, fazer uma caminhadinha, dar uma mexidinha, fazer um barulhinho, fazer uma consideraçãozinha. A pesquisa desenvolveu-se no âmbito do Projeto PREDICAR (Formação e expressão de predicados complexos: estabilidade, variação e mudança construcional) e possui como aporte teórico-explicativo, principalmente, orientações da Linguística Funcional e da Gramática das Construções, em que se destacam as de TRAUGOTT & TROUSDALE (2013) e GOLDBERG (1995, 2006), sobre pareamento forma-significação/função, estabilidade, variação e mudança construcionais, além da compatibilização entre a Linguística Funcional(-Cognitiva) e a Sociolinguística (TAVARES, 2013; HILPERT, 2014; MACHADO VIEIRA, 2016). Esta pesquisa tem o intuito de examinar as propriedades envolvidas nesse tipo de perífrase e descrever as características relacionadas à sua configuração semântica, discursiva, pragmática, social e cognitiva, levando em consideração os contextos discursivos, bem como os espaços e os elementos sociointeracionais em que construtos/usos dessas construções estão inseridos. A partir da observação de dados do uso, entende-se/concebe-se que o uso de predicadores complexos com verbo suporte (dar uma lida) configura uma estratégia discursiva explorada pelos enunciadores, com o intuito de atenuar um estado de coisas em consideração ao interlocutor (real ou estimado), a fim de alcançar um sentido até então não obtido pelo verbo simples cognato (ler) em algumas situações de interações sociodiscursivas, entre outras funcionalidades.