GOVERNAMENTALIDADE E CONSTITUIÇÃO ÉTICO-POLÍTICA DE SUJEITOS EM SITUAÇÃO DE LUTA | Autores: Francisco Paulo da Silva (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) ; Ana Maria de Carvalho (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) |
Resumo: A noção de governamentalidade aparece nos estudos de Foucault no bojo de suas reflexões sobre regimes de governo e sobre as formas pelas quais governamos e somos governados. Em Foucault, a governamentalidade não se restringe ao estudo das técnicas de governo de instituições (artes de governar), mas envolve também um trabalho sobre a relação sujeito e poder como reflexão sobre o governo como condução de condutas e, portanto, a questão primeira tratava de como governar a si e aos outros, até se chegar ao ponto em que se colocava de uma outra perspectiva: como queremos ser governados? De modo que neste último momento as resistências passam a ser objeto de reflexão no seu pensamento. A partir das contribuições de Foucault para responder tais questões, este texto objetiva descrever /interpretar como se produz o sujeito ético-político na sua experiência com o poder. A centralidade se dará nos mecanismos que circunscrevem a governamentalidade como dispositivo analítico para se pensar o processo de produção de subjetividades no contexto de práticas contestadoras como aquelas que se dão no confronto entre sujeitos de diferentes formações discursivas e que se encontram em situação de luta política. Toma-se como material para análise enunciados que circularam durante a greve de professores da UERN que ocorreu no período de novembro de 2017 a março de 2018, para se analisar, do ponto de vista da Análise do Discurso, como se materializa nos discursos a relação sujeito, poder, resistências e constituição ético-política.
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