VOZES-MULHERES NA POESIA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | Autores: Thaíse de Santana Santos (UFV - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA) |
Resumo: A literatura de São Tomé e Príncipe é marcada por uma tradição poética, e começa a existir, enquanto sistema literário, a partir da publicação da obra Ilha de Nome Santo (1942), do poeta Francisco José Tenreiro (1921-1966). Tenreiro é um dos grandes nomes da literatura do referido país. Por outro lado, existem também representativas vozes-mulheres que compõem a historiografia literária são-tomense, mas que são, relativamente, pouco estudadas no ambiente acadêmico brasileiro. São elas, Maria Manuela Margarido, Alda Espírito Santo, Olinda Beja, Conceição Lima e Goretti Pina. Tendo em conta estes pressupostos, apresentaremos uma análise comparativa, assentada nos estudos pós-coloniais, sobre a literatura são-tomense e os processos identitários . Nosso objetivo consiste em averiguar, nas obras das respectivas autoras, Alto como o silêncio (1957), É nosso o solo sagrado da terra – poesia de protesto e luta (1978), Bô Tendê? (1991), O país de Akendenguê (2011) e A respiração dos dias (2015) as relações existentes na construção de identidades femininas e culturais são-tomenses. Nesse sentido, apresentaremos um painel amplo da poética de mulheres do referido país. Fundamentamos nosso estudo, principalmente, nos pressupostos teóricos de Theodor Adorno (2003), Stuart Hall; Kathryn Woodward (2000), Inocência Mata; Laura Padilha (2007) e Tânia Franco Carvalhal (2003). Parafraseando Marli Fantini Scarpeli (2001), concluímos que as vozes das mulheres que falam nas referidas obras funcionam como caixa de ressonância de um locus de enunciação marcado pela diferença que imprimem a marca do corpo feminino na historiografia literária são-tomense.
Agência de fomento: CAPES |
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