MACHADO, DE SILVIANO SANTIAGO: UM ENSAIO (AUTO)BIOGRÁFICO EXOFICCIONAL | Autores: Andrea Czarnobay Perrot (UFPEL - Universidade Federal de Pelotas) |
Resumo: O presente trabalho propõe a análise de uma obra da literatura brasileira contemporânea - Machado, de Silviano Santiago - pelo viés da exoficção e do romance (auto)biográfico, gêneros híbridos empregados na confecção de uma obra de caráter também ensaístico. Surgida na esteira do grande número de obras autoficcionais vindas a lume na literatura francesa (no Brasil, a autoficção vai produzir um número considerável de obras, priciplamente no início do século XXI), a exoficção ocupa espaço como novo gênero literário. Nesse sentido, o romance exoficcional se move em direção à fronteira entre ficção e biografia, utilizando personagens mais ou menos famosos ou inspirando-se em narrativas históricas de épocas diversas. Esse é o caso de Machado, que versa, ao mesmo tempo, sobre a biografia de Machado de Assis e a biografia de Silviano santiago, ambas entrecruzando-se num espaço romanesco que poderia ser dito (auto)biográfico. Cunhado por Philippe Vasset em 2013, em matéria do jornal Libération (n° 100393), o termo exoficção pode ser encarado como o oposto do que designa autoficção, visto que a ficcionalização, aqui, não é de si (auto), mas de outro (exo). Segundo ele, se o escritor da autoficção não consegue reparar o passado, reconstruir e reescrever sua história, porque, no fundo, ele conhece a ‘verdade verdadeira’ de sua vida, a exoficção repara essa impossibilidade. Nosso intuito, então, com esse trabalho é localizar a (auto)biografia, a exoficção e o escrito ensaístico na obra híbrida que é Machado.
|
|