O bilhete escolar como organizador da participação familiar na rotina escolar das crianças: um olhar etnográfico da fala-em-interação sobre a relação escola-família | Autores: Cristiane Mari Schnack (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio Dos Sinos) |
Resumo: Este estudo investiga a organização da participação familiar na rotina escolar das crianças no ambiente doméstico-familiar de duas famílias brasileiras, moradoras do Vale do Rio dos Sinos/RS, nas quais uma criança iniciava seus estudos na educação básica. O estudo se justifica uma vez que a participação familiar na rotina das crianças é ressaltada em políticas públicas educacionais como imprescindível para uma trajetória escolar bem-sucedida, sendo prescrita em cartilhas e outros documentos (BRASIL, 2008). Compreender de que maneira as famílias significam sua participação pode contribuir para um redimensionamento das práticas escolares, validando diversas formas de participação. Para a condução do estudo, pautado pela da Análise da Fala-em-Interação (Sacks, 1992) e de perspectiva etnográfica (O’Reilly, 2009), interações familiares no ambiente doméstico-familiar foram filmadas ao longo de um ano escolar. Essas interações foram então segmentadas, transcritas e analisadas tomando-se um ponto de vista analítico multimodal (C. Goodwin, 2000). Parte-se do entendimento de domínios epistêmicos (Stivers, Mondada e Steensing, 2011) para compreender como cada família se orienta aos seus direitos e deveres de conhecer sobre a escola e a rotina escolar da criança (dentro e fora da escola). Em termos analíticos, são as perguntas (Freed e Ehrlich, 2010) e suas trajetórias interacionais (M.Goodwin, 2006) sobre a rotina escolar o foco. Os espaços distintamente construídos conferem um caráter mais compartilhado das responsabilidades na relação escola-família em uma família, à beira de uma pedagogização do cotidiano (Almeida, 2005) e mais dividido em outra, explicitando entendimentos mais ou menos ratificados por políticas públicas educacionais (BRASIL, 2008).
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