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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A trajetória de Bibiana em Ribanceira, de Dalcídio Jurandir: amor livre e transgressão

Autores:
Alinnie Oliveira Andrade Santos (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo:

Dalcídio Jurandir (1909-1979) foi um escritor brasileiro consciente do papel de seu projeto literário para a literatura brasileira. Em dez dos seus onze romances – Chove nos Campos de Cachoeira (1941), Marajó (1947), Três Casas e um Rio (1958), Belém do Grão Pará (1960), Passagem dos Inocentes (1963), Primeira Manhã (1967), Ponte do Galo (1971), Os Habitantes (1976), Chão dos Lobos (1976) e Ribanceira (1978) –  ficcionalizou os sujeitos e os costumes da Amazônia paraense, região esquecida e desconhecida do resto do país. A história central do Ciclo é a do personagem Alfredo, desde a sua infância até o início da sua fase adulta, em que perpassa tanto lugares da ilha do Marajó, como a capital Belém. No último romance, vemos Alfredo, já adulto se envolver com D. Bibiana – ou Bi – uma jovem a frente de seu tempo, pertencente a uma família abastada e importante da região, que defende o amor livre e não se intimida diante do papel social imposto à mulher. O presente trabalho, portanto, objetiva observar como Bibiana é representada no romance Ribanceira, de Dalcídio Jurandir, analisando a sua trajetória, principalmente no que se refere à sua postura transgressora diante do sistema social em que estava inserida, como também verificar o destaque que a sua história ganha na obra, apesar do protagonismo masculino. Investigar, pois, a personagem feminina dos romances produzidos por Dalcídio Jurandir, os quais possuem como forte aspecto a denúncia social, nos ajuda a desvelar a sociedade brasileira do início do século passado, assim também como essa sociedade foi retratada pela literatura brasileira.