No ano de 2018, o tema “eleições” invadiu as redes sociais. Uma polaridade bem marcada, inegavelmente, se instalou entre os/as eleitores/as e, com isso, os debates se acentuaram no facebook. O acordo e o desacordo, responsáveis por marcar as diversas opiniões acerca do tema, integraram as interações online de variadas formas: ora preservando as faces alheias (cf. Goffman, 1972 [1967]), ora ameaçando-as. Neste estudo, propomos analisar, à luz da sociolinguística interacional e da pragmática, como usuários da rede social facebook mitigam desacordos dirigidos aos interagentes, ao debaterem, em publicações diversas, suas escolhas de candidatos à presidência da república do Brasil. Na composição de nosso quadro teórico, situamos, especialmente, Goffman (1972 [1967]), Lakoff (1973, 1989), Fraser (1980, 1990), Leech (1983, 2014), Pomerantz (2006 [1984]), Brown & Levinson (1987), Culpeper (1996, 2005, 2008, 2010), Holmes & Marra (2004), Locher & Graham (2010), Culpeper et al. (2003), Sifianou (2012), Briz et al. (2013), Haugh (2013), Locher (2013, 2015) e Albuquerque (2015). Metodologicamente, o trabalho se enquadra na análise da conversação, por concebermos que as estratégias sociopragmáticas se estabelecem na conversa e, em conformidade com Marcuschi (1999, p. 7), que as pessoas usam seus conhecimentos linguísticos para criar condições adequadas à compreensão mútua e para resolver conflitos interacionais (o que inclui o gerenciamento de estratégias de (im)polidez). Na composição de nosso corpus, reunimos três interações online em que os sujeitos defendessem pontos de vista distintos e analisamos que estratégias linguístico-discursivas foram responsáveis por mitigar o desacordo. Entre as três interações prevaleceu o elogio dirigido aos interagentes, como estratégia de preservação da face positiva, com vistas a mitigar (e compensar) o desacordo, cujo caráter é de ameaça à face negativa.