INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO FORMATIVA EM UM PROJETO DE APRENDIZAGEM DO PORTUGUÊS ESCRITO : CONTRIBUIÇÕES PARA A AUTONOMIA DE ALUNOS SURDOS | Autores: Eder Barbosa Cruz (UFPA - Universidade Federal do Pará) |
Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir o papel da avaliação formativa em uma experiência de ensino/aprendizagem da língua portuguesa para surdos sinalizantes de Libras. A avaliação, no âmbito do ensino-aprendizagem de português para surdos, tem sido pouco investigada, sobretudo em sua modalidade formativa, indissociável do ensino e da aprendizagem, cujo objetivo principal é o de regular as aprendizagens, em vistas aotimizá-las, com a finalidade de levar o aprendente a uma maior autonomia no uso do Português escrito (HADJI, 2011). Por via de consequência, nas aulas de português para surdos, a avaliação tem sido entendida como um elemento externo ao processo de formação dos aprendentes, limitando-se, predominantemente, a sua função somativa e classificatória. Tendo em vista que os estudos da avaliação formativa, principalmente, os de natureza sócio-construtivista e interativa (ALLAL, 2004, 2011; HADJI, 2011; FERNANDES, 2008, 2011; MOTIER LOPEZ, 2012), são essenciais para compreender as possíveis razões do atual cenário de fracasso na aprendizagem do português pelos surdos, bem como para fazer avançar a reflexão didática nesse contexto, realizamos um estudo de caso de cunho etnográfico, em que foram observadas aulas de uma turma do Curso de Língua Portuguesa para surdos – Nível A1, ofertado pelo Projeto de Pesquisa Ensino de Língua Portuguesa para surdos: Complexidade, Autonomia e Aconselhamento Linguageiro, na Universidade Federal do Pará, cuja proposta se inscreve em uma perspectiva acional (CONSELHO DA EUROPA, 2001), nas quais foram implementados processos de avaliação formativa. Resultados parciais já evidenciam valiosas contribuições dessa modalidade de avaliação para uma maior autonomia do aprendente surdo, possibilitando atividades reflexivas sobre os recursos linguísticos em língua portuguesa, em diversas dimensões (morfossintáticas, textuais, discursivas etc.), sensibilizando os aprendentes para as especificidades dessa língua, em contraste com as da Libras, e permitindo-lhes desenvolver novas estratégias em sua apropriação da escrita.
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