O trabalho analisa uma experiência multimodal e multiletrada, Rojo (2009; 2012) e Ferraz (2016), com discentes adolescentes de uma EEEFM, Cariacica, região de periferia do ES. Foram produzidos, em aulas de Língua Portuguesa, vídeos e fotonovelas a partir de temas e textos socialmente relevantes: “A figura da mulher na sociedade” e “Drogas: hoje você compra o produto. Amanhã, você paga o preço!”. Os dados foram obtidos de forma naturalística (ABAURRE et alii) pela professora-pesquisadora, trabalhados rediscursivizando (VIDON, 2017) os textos e levando-se em consideração questões como multimodalidade, multiletramentos, gêneros discursivos, visando problematizar metodologias tradicionais de ensino línguas que resistem a novas práticas linguageiras. Discute novas concepções de sujeito, construção de identidade, de cultura, contexto histórico e de linguagem, para as quais as novas realidades sociais apontam (BAUMAN, 2001). Música e tecnologia fazem parte da vida de nossos estudantes, cujos usos de aparelhos celulares estão cada vez mais desenvolvidos. Isso os envolve em redes discursivas diversas nas quais podem ser trabalhados temas de relevância cada vez maior na nossa sociedade. Soma-se o fato de que existe convivência deles com diversos gêneros discursivos, vivenciados por eles, mas deslegitimados pelas instâncias ideológicas oficiais, inclusive pela escola. Esse é o caso do “pancadão”, alcunha para alguns funks, cujas letras abordam acontecimentos, quase sempre violentos, vivenciados por esses sujeitos, constituindo suas identidades enquanto moradores de espaços-tempos (BAKHTIN, 2008; GIDDENS, 2001) marginalizados na sociedade. O objetivo final das análises é discutir as apropriações que sujeitos fazem desses temas e gêneros, para expressarem suas subjetividades que são dialogicamente constituídas.