O objeto deste estudo é a pergunta disjuntiva. Esta revela, em sua formulação, uma opção entre dois (ou mais) elementos. Busca-se como resposta apenas um deles (MORAES, 1982; 1984). Nossos dados são advindos do Questionário Fonético-fonológico do Atlas Linguístico do Brasil. O ALiB é “o primeiro atlas brasileiro a contemplar fenômenos relativos à melodia da fala” (CUNHA, 2006) e essa iniciativa pioneira nos permitirá ter um largo painel do comportamento entoacional de diversos dialetos de norte a sul do país. O questionário do atlas distribui-se por questões que comtemplam as diversas naturezas gramaticais. O atlas favorece análises sobre os mais diversos tipos de variação linguística. Para a análise de nossos dados é preciso descrever o movimento da Frequência Fundamental (F0), principal correlato acústico da entoação. Este trabalho pretende dar continuidade à descrição prosódica dos falares brasileiros no âmbito do Projeto ALiB. Para este estudo nos propomos a descrever o comportamento entoacional dos enunciados interrogativos disjuntivos das capitais que compõem as regiões Nordeste e Sul do nosso país. O modelo IPO foi adicionado ao aparato teórico de nossa pesquisa a fim de analisarmos foneticamente as diferenças dialetais dos enunciados. A teoria da escola holandesa tem como principal objetivo averiguar a entoação através de uma abordagem perceptiva. Para isso, busca-se descobrir quais movimentos da F0 são relevantes para o reconhecimento do significado comunicativo de uma sentença. Acreditamos que o uso desse modelo ampliará o detalhamento prosódico dos enunciados interrogativos disjuntivos. A análise do alinhamento do pico da F0 mostra-se necessária, pois estudos recentes, como Silva (2011, Santos (2016) e Soares (2016),) evidenciam que este aspecto é essencial para apontar diferenças nos falares estudados pelas autoras. O alinhamento do pico da F0 é um dos parâmetros acústicos proposto pelo modelo IPO. Este aspecto permite encontrar uma padronização dos movimentos melódicos dos enunciados interrogativos.