Imprimir Resumo


Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


OS EPÔNIMOS E AS EMBARCAÇÕES DE GUERRA: UM ESTUDO LINGUÍSTICO A PARTIR DA EDIÇÃO DE OFÍCIOS

Autores:
Adriana dos Santos Silva (UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA)

Resumo:

O presente trabalho visa apresentar um estudo linguístico com epônimos, a partir de uma edição semidiplomática de Ofício. Destarte, será utilizado como corpus o Ofício datado de 24 de maio de 1824, do Conde da Póvoa ao Conde de Subserra, sobre o pagamento do frete dos navios Canoa, Grão-Pará, Príncipe do Brasil e Fénix, que conduziram tropas da Bahia. Salienta-se que, é por meio do labor filológico que se faz possível realizar estudos críticos e linguísticos de documentos históricos escritos, visando à reconstituição da história de uma língua ou da história por meio da língua, tendo em vista que o léxico reflete a cultura de um povo, suas relações, seu conhecimento do universo. Ante ao exposto, é no “fazer” das embarcações, que se compõe a história da Bahia e paulatinamente do Brasil, quer seja pelas suas tecnologias ou nomenclatura, que muito mudaram ao longo da história, em conformidade com a situação histórica, política e/ou econômica em que se encontram no cenário nacional e internacional. Tão logo, nota-se na edição de Ofícios que comumente se utilizava epônimos para nomear as embarcações de guerra e que, numa perspectiva diacrônica, a escolha estava intrinsicamente ligadaao contexto socioeconômico e político da época. Portanto, por ser um instrumento para uma atividade militar, a nomeação da embarcação de guerra era demarcada pela presença de metonímias que, no que tange à origem poderia estar interligada a antropônimos, topônimos, figura de um deus mitológico ou de uma autoridade. Para tanto será embasamento teórico para este trabalho Gonçalves (2014; 2017; 2018); Le Goff (1990); Mattos e Silva (2008), Cabré (1999), Tarallo (2003), Krieger; Finatto (2004); Barros e Isquerdo (2010); Andrade et al (2014). Nesse contexto, conclui-se então, que a edição de Ofícios corrobora para infindas contribuições, além de tornar exequível a interface do labor filológico com outras áreas.


Agência de fomento:
FAPESB