Guardadores de Esquecimento na Literatura Brasileira:
para uma nova pedagogia do leitor
| Autores: Adeítalo Manoel Pinho (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) |
Resumo: A cultura brasileira tem, em sua história, oscilado entre lembrar e esquecer fatos, personagens, geografias e acontecimentos, de forma a deixar ver o que mais interessava e esconder ou fazer esquecer aquilo que traz desconforto aos poderes estabelecidos. A literatura brasileira, como um dos suportes/instituições capazes de construir discursos, textos, performances e memórias, também foi e é capaz de fazer existir uma memória da cultura brasileira em suas páginas e obras. Tais obras têm seguido determinado modelo de escrita literária. Por sua vez, estudos e leitores também são formados a partir de paradigmas de análise e leitura que mais convém ao contexto geral de compreensão, uso e reprodução da literatura. Sendo assim, em fenômenos literários podem desaparecer, não ser lembrados ou retirados da memória fatos, locais, personagens, não eleitos para aquelas obras e textos da literatura. Em que medida, a literatura, como forma de arte ainda compreendida da alta cultura e das belas letras, não contribui para, em vez de libertar memórias, guardar esquecimentos? Ao final, este trabalho pretende questionar leitura, literatura e identidade cultural, para que nós, estudiosos da literatura, conscientes ou sem perceber, não estejamos agindo como guardadores de esquecimento. Este trabalho, além de ideias próprias, conta com estudos de Silviano Santigo, Edward Said, Douglas Kellner e outros.
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