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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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ROSTOS, VOZES E SILÊNCIO: TRANSGRESSÕES AO CORPO FEMININO NOS CONTOS ANA DAVENGA E MARIA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO

Autores:
Fabiana Pereira de Assis (UFRR - Universidade Federal de Roraima)

Resumo:

A depreciação da cultura de um povo é um dos instrumentos mais eficientes de dominação, o que acaba por instigar o oprimido à resistência, deste contexto surgem as mais variadas formas de violências. Por esses seguimentos surgementão na literatura as escritas reais de autores que narram suas vivências às margens da sociedade. A obra Olhos d’água (2015), de Conceição Evaristo uma das principais escritoras da literatura afro-brasileira na atualidade, nos remete a reflexões profundas sobre os mecanismos de violência contra a mulher, tanto a simbólica que diz respeito sobre o poder simbólico praticado pelo dominador, quanto a moral, configurado por injúrias, bem comoa física, quando finalmente chega as transgressões ao corpo. A autora afrodescendente aborda em sua escrita a condição feminina da mulher negra marginalizadacom base no conceito de "escrevivência", que pode ser interpretado como a escrita das vivências de um corpo feminino, que coloca em evidência personagens subalternos da sociedade brasileira. Nessa perspectiva, este artigo tem como objetivo a reflexão sobre a temática da violência contra a mulher que se configura nos contos Ana Davenga e Maria, na obra de Conceição Evaristo, que leva as personagens a morrerem de maneira trágica. No referencial teórico serão considerados os estudos de Bhabha (1994) para tratar sobre a literatura marginalizada do pós-colonial (1994) e Duarte (1998), para as questões gênero e violência. Trata-se de um trabalho de carácter bibliográfico, em andamento. Os resultados parciais indicam que a violência,afeta ao longo da vida mulheres de todas as raças e etnias.