DIÁLOGOS SOBRE A INFÂNCIA ENTRE LEITOR E PERSONAGEM EM MEMÓRIAS DO QUINTAL DE ALFREDO GARCIA | Autores: Karla da Conceição Ferreira (UFPA BRAGANÇA - Universidade Federal do Pará - Campus Bragança) |
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar os contos: Era um menino que apontava estrelas, O dia do Herói e Perna de Moça, presentes na obra Memórias do Quintal (1995) do escritor bragantino Alfredo Garcia. Trata-se de contos memorialísticos, onde o para evocar lembranças no leitor, o narrador utiliza-se de suas memórias. O livro visa atingir desde jovens à idosos, embora seja considerada uma literatura infanto-juvenil. O foco são os espaços das narrativas e temáticas - que possuem como tema central a infância e suas descobertas. Como os espaços das narrativas - mediadas pela memória da personagem criam o cenário ficcional para recordações no leitor? A escolha pelos contos deu-se pelo tom memorialístico que carregam, onde nota-se a representação de uma infância dita feliz e repleta de brincadeiras, mas que não é totalmente afastada do mundo adulto. Propõem-se refletir sobre o lugar do leitor frente ao texto literário e como o mesmo serve de instrumento para entreter, recordar e informar. É possível observar alguns resultados como, por exemplo, os tempos verbais utilizados no pretérito imperfeito que denotam saudade, de acordo com FERNANDES (2011); a representação de temas como o medo, as brigas ,o futebol na rua; além de marcas na escrita que inserem o leitor nas cenas - criando assim, um novo texto. Conforme BARTHES (1970), o texto narrativo possui dois aspectos: o legível e escrevível, a interpretação do mesmo dependerá da formação do leitor. Foi-se utilizados conceitos de memória e identidade presentes em HALBWACHS (2004) e CANDAU (2014); tem-se em BRAIT (1985) o estudo sobre a construção das personagens e como a verossimilhança é percebida no texto literário. |