DIMINUTIVO: UM ESTEREÓTIPO LINGUÍSTICO DO DIALETO MINEIRO? | Autores: Geralda Fátima de Souza Rodrigues (UFMT - UFMT) |
Resumo: Sabe-se que língua falada é heterogênea e, de acordo com Weinreich, Labov, Herzog (2006, [1968]), em trabalhos pioneiros sobre a Sociolinguística, esta variabilidade é característica inerente à língua. Muitos são os tipos de variação dialetal no Português Brasileiro e os fenômenos ajudam a explicar como a mudança de uma língua se processa. Por esse motivo, o presente trabalho objetiva avaliar a percepção do falante mineiro em relação ao uso de diminutivos uma vez que os dicionários de mineirês elencam esta forma como uma das especificidades deste dialeto, identificando-o como estereotipado. Formas fonologicamente reduzidas de diminutivo são recorrentes em sites da Internet que visam satirizar os falantes do estado de Minas Gerais, então, num primeiro momento, duas questões podem ser formuladas diante dessa preferência por usar diminutivos: (i) para os próprios mineiros, a forma reduzida de diminutivo seria estigmatizada? (ii) essa forma seria tão frequente a ponto de o falante não considerar a forma plena? Para buscar uma resposta a estas indagações, foram realizados testes de escala semântica de diferencial proposta por Osgood, Suci e Tannenbaum (1957) a fim de verificar como os próprios mineiros avaliam a forma reduzida e a plena, além disso, foram inseridas discussões teóricas de Labov (2008) sobre a correlação entre comunidade de fala e estereótipos e seus reflexos na avaliação de uma língua. Os resultados apontaram, a partir das análises dos testes, que o falante mineiro tende a reconhecer as formas reduzidas como formas não padrão e, ao mesmo tempo, reconhecem-nas como expressivas e familiares.
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