MAPEANDO A MENTE COM PALAVRAS
Ementa:
A análise de grafos fornece uma ferramenta particularmente útil para a fenotipagem computacional de relatos orais ou textos escritos, constituindo uma ferramenta rápida e de baixo custo para a avaliação da estrutura discursiva. Nos últimos anos, aplicamos a análise de grafos ao diagnóstico diferencial de psicose, à distinção entre doença de Alzheimer e comprometimento cognitivo leve, ao rastreio dos ganhos cognitivos em crianças saudáveis durante a alfabetização, à caracterização da estrutura do discurso oral em populações iletradas incluindo grupos ameríndios, e à comparação de todos esses dados com textos literários desde a Idade do Bronze até o presente. As aplicações do método vão muito além da psiquiatria, alcançando os diversos domínios mentais induzidos por estados de sono e sonho, variações de humor e atenção, meditação, substâncias psicoativas e doenças psiquiátricas e neurológicas. O método também tem potencial para revelar novas perspectivas sobre falar, ler e, mais importante, aprender. A possibilidade de comparar a estrutura de textos antigos e atuais com os relatos orais de pessoas de diversas culturas, com ampla gama de idade, status sócio-econômico e escolaridade, fornece novas perspectivas empíricas com grande potencial de descoberta.
Dr. Sidarta Ribeiro (Instituto do Cérebro / UFRN) - [Currículo]
Professor Titular de Neurociências e Vice-Diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (1993), Mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), Doutor em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000) com Pós-Doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke (2005). Tem experiência nas áreas de neuroetologia, neurobiologia molecular e neurofisiologia de sistemas, atuando principalmente nos seguintes temas: Sono, sonho e memória; plasticidade neuronal; comunicação vocal; psiquiatria computacional, neuroeducação. Membro permanente das Pós-Graduações da UFRN em Psicobiologia, Bioinformática e Neurociências. Exerceu no triênio 2009-2011 a função de secretário da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC). Desde 2011 é membro do comitê científico da Latin American School of Education, Cognitive and Neural Sciences (LA School), que em 2014 recebeu o prêmio inaugural Exemplifying the Mission of the International Mind, Brain and Education Society. Coordenador de núcleo do projeto de avaliação de crianças em risco para transtorno de aprendizagem (ACERTA - CAPES/Observatório da Educação). Editor associado dos periódicos PLoS One, Frontiers in Integrative Neuroscience e Frontiers In Psychology - Language Sciences. Membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP). Eleito em 2016 membro da Academia de Ciências da América Latina (ACAL). Membro desde 2016 do Conselho Consultivo da Rede Nacional de Ciência para a Educação (CpE).
Obras e autore(a)s esquecido(a)s na História das Literaturas de língua portuguesa – "pra não dizer que não falei das flores"
Ementa:
A nossa História da literatura registra nomes de autores e obras comumente propagadas nos cursos de graduação brasileiros, contudo devemos levar em conta que o conteúdo conta com alguma “insuficiência” e parte dos atores são esquecidos ou colocados de lado, perante nomes já consolidados e permanentemente difundidos entre ensaios, palestras, teses e dissertações. Assim sendo, o objetivo dessa fala é recuperar nomes comumente menos referidos ou totalmente esquecidos, na história da literatura e localizá-los como parte fundamental de um contexto que ainda está por ser escrito.
Doutora pela UNICAMP, professora Associado IV da Faculdade de Letras do ILC-UFPA, atua especialmente em temáticas referentes à literatura do século XIX e Ensino de Literatura. Coordenou o PROCAD Circulação e produção literária em Belém do Pará e o PPGL/ ILC-UFPA. É Diretora de Pesquisa junto à PROPESP-UFPA; Presidente da ABRAPLIP; Coordenadora da área de Linguística e Literatura da CAPES. Publicou capítulos de livros, artigos e organizou coletâneas de livros.
LÍNGUAS EM ANGOLA: UNIDADE, DIVERSIDADE ETNOLINGUÍSTICA, CULTURA E EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS
Ementa:
As línguas e suas variantes foram um grande instrumento de luta de libertação durante o julgo colonial no continente berço. Um continente cuja diversidade linguística espalhada por 54 países é realmente impressionante. E Angola, país da África Austral, se destaca nesse aspeto, onde o multilinguismo é uma característica medular do país que cresceu para 30 milhões de habitantes. Os povos de Angola, segundo o estudo feito pelo José Quipungu, estão divididos em: Bakongo, grupo que fala a língua Kikongo; Ambundu, língua Kimbundu; Lunda, tem como língua Tchokwe; Ovimbundu, fala a língua Umbundu; Ngangela, fala a língua Tchingangela; Nyenyeka, tem como língua Olunyanyeka; Ambo, fala a língua Tchikwanyama; Helelo, fala a língua Tchielelo; Xindonga; Baluba, fala a língua Tchiluba e povos não Bantu. Alguns desses grupos de certa forma têm dificuldade em comunicar-se em português em função do enraizamento das línguas locais. De certa forma, isto não tem interferindo na preservação das tradições orais e culturais. E como de alguma forma isso é fundamental para o laços que unem África e o Brasil?
João Pedro Canda (Huila, Angola), formado em Psicologia Comportamental, Escritor, Promotor dos Direitos Humanos e Cidadania; Coordenador de Programas e Projetos Sociais de Combate a Prevenção, Criminalidade Juvenil, Drogas, Violência do Gênero, Participação Comunitária, Liderança e Reforço de Capacidades em Angola. Coordenador Editorial a cerca de oito anos, possibilitando escritores e pesquisadores Africanos publicar suas obras quer de pesquisa como de literatura Africana nos vários países Africanos e no Brasil. É fundador e diretor do Literafrica, uma instituição que desenvolve no Brasil projetos e programas na área da literatura africana, educação e intercâmbio cultural com os países Africanos. Como Palestrante e conferencista, é convidado por vários instituições e em várias países para partilhas suas experiências, reflexões e lançar suas obras de pesquisa e literatura, sendo suas últimas obras lançadas: ``Contexto ou Pretexto?´´ e ``Nostalgia do meu Querer´´. É o primeiro Africano a se tornar membro da União Brasileira de Escritores-UBE, assim como é membro da Associação Internacional de Escritores e Artistas-LITERARTE.
LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: DESAFIOS PARA OS NOVOS MULTILETRAMENTOS
Ementa:
No início deste ano, em abril, o Decreto presidencial nº 9.765 reavivou, no formato de embate e conflito, uma questão que nós, educadores, já havíamos equacionado ao longo dos anos 80 do século passado e consolidado, em nossos referenciais para educação, no final dos anos 90: reinstalou-se um suposto embate entre alfabetização e letramento, ao invés do consenso já estabelecido na educação de que são práticas sociais e educativas que se relacionam (“alfabetizar letrando”). Nesta conferência, retomaremos essa questão para relacioná-la com o real embate que hoje temos de enfrentar que é alfabetizar letrando em tempos de novos multiletramentos, requeridos pelas novas TDICs. Para tal, retomaremos os conceitos de multiletramentos e novos letramentos e seus impactos na pedagogia por design e nos processos de aprendizagem interativa, buscando definir como essa demanda social pode alterar os processos de alfabetização e as práticas de letramento.
Roxane possui graduação em Letras Neolatinas Português-Francês/Língua e Literatura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1974), mestrado (1981) e doutorado (1989) em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez estágio de Pós-Doutorado em Didática de Língua Materna na Faculté de Psychologie et Sciences de l'Éducation (FAPSE), da Université de Genève (UNIGE), Suíça, sob a direção do Prof. Dr. Jean-Paul Bronckart (1996). Atualmente, é professora associada livre docente (MS5-2) do Departamento de Linguística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas, Chefe do Departamento de Linguística Aplicada e pesquisadora 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: (multi)letramentos, gêneros do discurso, ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa e avaliação e elaboração de materiais didáticos.